segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ENSAIO POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS

PRINCÍPIO


O método de ensaio está baseado na geração de um campo magnético que percorre toda a superfície da peça em ensaio; esta peça deve ser constituída por material ferromagnético.

As linhas magnéticas do fluxo induzido no material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou sub superficial no material, pulando para fora da superfície e criando uma região denominada de campo de fuga, altamente atrativa à partículas magnéticas. No momento em que se provoca esta magnetização da região de ensaio, aplica-se partículas magnéticas que serão atraídas à localidade da superfície que conter uma descontinuidade,  formando assim uma indicação de defeito.

APLICAÇÕES E DESENVOLVIMENTO


O ensaio por partículas magnéticas é usado para detectar descontinuidades superficiais e sub superficiais em materiais ferromagnéticos. São detectados defeitos tais como: trincas, junta fria, inclusões, gota fria, dupla laminação, falta de penetração, etc.

Alguns exemplos típicos de aplicações deste método são em materiais fundidos de aço ferrítico, forjados, extrudados, soldas, peças que sofreram tratamento térmico (porcas e parafusos ), peças que sofreram retífica ( trincas por retífica ) e muitas outras aplicações em materiais ferrosos.

Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal forma que sejam "interceptadas" ou "cruzadas" pelas linhas do fluxo magnético induzido; conseqüentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas de 90º.

TÉCNICAS DE ENSAIO


A magnetização de uma peça a ser ensaiada é conseguida através da passagem direta da corrente na peça ou pela indução através de um campo magnético externo.

O meio detector (Partículas Magnéticas) é aplicado simultaneamente com a magnetização (Método Contínuo) ou algum tempo após a magnetização (Método Residual).

As partículas magnéticas utilizadas como meio detector são classificadas  conforme duas características básicas de aplicação: Via Seca em que são utilizadas a seco e Via Úmida em que são utilizadas em suspensão de um líquido como água ou óleos minerais de fina viscosidade.

A técnica por Via Úmida é aplicada para a detecção de micro descontinuidades superficiais, ou em superfícies bastante lisas, enquanto a técnica por Via Seca é mais aplicada com equipamentos portáteis e semi- portáteis em superfícies não usinadas , geralmente, quando não se requer tanta sensibilidade.

As partículas ferromagnéticas podem ser pigmentadas com várias cores (vermelha, cinza, amarela, preta, etc.) ou fluorescente, dependendo da técnica de ensaio, dos requisitos de sensibilidade, e da cor de fundo das peças.

O tipo de corrente de magnetização, ou seja, CA ( corrente alternada ), CC ( corrente continua ), ou CA retificada, é de grande importância. A CA se destina mais para descontinuidades superficiais ao passo que os outros tipos são mais adequados para as descontinuidades sub superficiais.
Em função da geometria e quantidade de peças, as instalações de ensaio podem ser:

ü  Fixas ou de bancada (Máquinas Estacionárias)

ü  Equipamento móvel (Máquinas de Eletrodo) ou Portátil (Yokes).

As instalações fixas geralmente utilizam a técnica úmida de ensaio com banhos específicos (coloridos ou fluorescentes) na inspeção de peças de produção seriada ou de manutenção convencional,  e os equipamentos portáteis tem aplicação no campo, dentro de fabricas ou plantas químicas, petroquímicas, ou ainda para inspeção de peças de grandes dimensões. As máquinas portáteis utilizam a técnica seca ou úmida.

LIMITAÇÕES


As limitações do ensaio por partículas magnéticas são:

ü  A técnica é aplicável somente em materiais ferromagnéticos;
ü  Baixa sensibilidade para descontinuidades esféricas;
ü  Só pode ser automatizado com sucesso nas etapas manuais; a interpretação dos resultados deve ser realizada por pessoal qualificado;
ü  Apesar da existência de especificações e padrões fotográficos, sempre existirá o elemento subjetivo na interpretação dos resultados;
ü  Normalmente o ensaio é limitado a áreas com fácil acesso.
ü  Este ensaio pode ser realizado em superfícies com temperaturas de até 60ºC na técnica via úmida e até 300ºC na técnica via seca.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ENSAIO POR LÍQUIDO PENETRANTE

O ensaio por meio de líquido penetrante é relativamente simples, rápido e de fácil execução.
É utilizado na detecção de descontinuidades abertas para a superfície de materiais sólidos não porosos. A detecção das descontinuidades independe do tamanho, orientação, configuração da descontinuidade e da estrutura interna ou composição química do material.

CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE LÍQUIDO PENETRANTE

O líquido penetrante é um líquido de grande poder de penetração e alta ação capilar.

Tipo A – Penetrante fluorescente – é utilizado em ambientes escuros sendo visível com luz ultravioleta (luz negra);
Tipo B – Penetrante visível (não fluorescente) – é utilizado em ambientes claros, sendo visível com a luz natural.

Os penetrantes, quanto a remoção do seu excesso, podem ser classificados como?

Tipo A-1 ou B-1 – Removível com água.
Tipo A-2 ou B-2 – Removível com água após a emulsificação.
Tipo A-3 ou B-3 – Removível com solvente.

CARACTERÍSTICAS DO REVELADOR

O revelador fundamentalmente é um talco aplicado de forma seca, úmido ou líquido, que tem como função retirar o penetrante das descontinuidades e conduzi-lo para a superfície dando uma indicação colorida ou fluorescente destas descontinuidades.

SEQUÊNCIA DO ENSAIO

a) Limpeza inicial (tem como objetivo remover contaminantes);
b) Aplicação do penetrante;
c) Remoção do excesso do penetrante;
d) Aplicação do revelador;
e) Inspeção final;


VANTAGENS
- o ensaio tem sensibilidade muito boa e detecta até descontinuidades muito pequenas.
- a forma da peça não é um problema, pois é um método que se aplica tanto à superfície planas quanto à superfícies curvas.
- é um ensaio rápido, de fácil execução e custo relativamente baixo.
- é aplicável em materiais magnéticos e não magnéticos.
- para o treinamento de operadores e inspetores se requer menor tempo que para os outros tipos de ensaios não-destrutivos.

LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS
- detecta somente descontinuidades abertas para a superfície e que não estejam obstruídas.
- não proporciona registro permanente dos resultados.- o resíduo de penetrante que permanece nas descontinuidades pode ser prejudicial à peça ou solda na seqüência da soldagem, podendo contaminar a mesma.